domingo, 23 de abril de 2017

P.A.s na minha realidade escolar: será possível???

"Estudar as teorias de aprendizagem e perceber a distância absurda que existe entre elas e as práticas pedagógicas nas escolas dói... Dói muito..."

No dia 16 de abril fiz este desabafo na minha página do Facebook. Estava, como geralmente estou aos domingos, sentada em frente ao meu note em casa realizando as tarefas e leituras do PEAD e lendo sobre os Projetos de Aprendizagem e a Interdisciplinaridade,  comecei a lembrar da minha escola e a total falta de condições para que tais teorias sejam aplicadas na prática.

Pode parecer um exagero, uma desculpa para não se desacomodar e colocar me prática novas teorias. Mas não é.

A biblioteca da minha escola está desativada por falta de funcionário. Bem como o laboratório de informática, laboratório de ciências, sala de artes... Etc.

Não há serviço de portaria ou segurança. A escola fica aberta constantemente e, muitas vezes, pessoas estranhas ou de índole duvidosa circulam livremente pelo ambiente escolar.

Não há monitores nos corredores, constantemente os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental estão matando aula ou fazendo algazarra pelos corredores. Estes dias, até andar de bicicleta pelos corredores eles estavam.

Não posso levar meus alunos para o pátio haja vista que o mesmo está com um buraco na cerca, que permite pessoas estranhas entrarem na escola ou os alunos saírem. O mato também está alto e eu tenho medo de que haja sujeira ou animais. Além disso, a escola se encontra em zona de conflito de traficantes, então os tiroteios são constantes.

Então, me questiono: como aplicar as teorias que aprendo no PEAD em sala de aula?

Não discordo da eficiência dos P.A.s, porém me sinto angustiada, perdida, ... Pois não consigo vislumbrar de que maneira vou trabalhar na minha escola...

domingo, 16 de abril de 2017

Sou professora porque...

Certa vez, conversando com um grande amigo e, também colega professor, ele me disse que foi questionado em uma reunião pedagógica de sua escola sobre porque ele era professor.

Ele me relatou que respondeu que era professor porque considerava-se pesquisador, pois acreditava que a docência anda sempre junto com o trabalho de pesquisa.

Em outro momento, ouvi de algumas colegas professoras que diziam amar sua profissão pois "gostavam muito de crianças".

Concordo com as duas afirmações que citei, porém, no meu caso, acrescento mais coisas.

Eu sou professora não porque gosto de crianças, mas sim porque gosto de infância. Esta peculiar fase da vida e seu processo de desenvolvimento é muito interessante para mim. Se eu gostasse somente de crianças, eu seria babá ou recreacionista infantil.

Além de gostar de infância, também tenho gosto pela pesquisa, conhecimento, arte, cultura em geral. Oras, a única profissão que une tudo isso é o magistério, logo isso explica em parte minha escolha profissional.

Porém, além de tudo isso, um eterno espírito inquieto e um forte sentimento de esperança numa sociedade mais justa, humana e igualitária sempre me acompanharam, desde meus primeiros pensamentos críticos.

Logo, se um dia for questionada sobre por que sou professora, não posso ter outra resposta a não ser esta:

Sou professora porque sou revolucionária.