domingo, 2 de julho de 2017

Fim de semestre


Final do semestre e a luna que deixou tudo para a última hora está assim...




KKKKKK

Escola X Consumisno

Hoje estava na fila da padaria e na minha frente estava uma pequena família (pai, mãe e uma filha). Eles conversavam e então o pai disse para a menina:
- Mês que vem é o dia dos pais. O que tu vais me dar de presente?
A menina pensou um pouco e disse:
- Eu já sei o que é, mas não vou te dizer porque é surpresa.
O pai, então, rindo brincou:
- Não vale me dar meia e cueca!

Depois de ouvir aquele pequeno diálogo, refleti no quanto é triste que datas como dia das mães, dia dos pais, dia da criança, Natal e etc. sejam datas marcadas pelos presentes e pelo consumo. Quando ligamos a televisão o que vemos são lojas anunciando o quanto você pode provar que ama alguém lhe dando um presente, como se amor pudesse ser mensurado em valores monetários.

E o que me deixa mais triste é ver o quanto a escola reafirma isso, haja vista que nestas datas as crianças constroem presentes para os pais e mães (algumas vezes a escola até pede para as famílias algum dinheiro para fazer estes presentes) ou ganham presentes no dia das crianças ou Natal. Ou seja, estas datas são feitas para gastar dinheiro comprando presentes ou ganhando presentes.

Em uma das páginas que sigo no Facebook Infância Livre de Consumismo uma mãe relatou como comemorava o dia da criança na sua casa. Muito antes da data, ela conversava com seu filho sobre o que fariam naquele dia. Como seria um feriado e um dia dedicado às crianças, o filho deveria escolher tudo o que fariam naquele dia, construindo assim um roteiro. Durante semanas o menino foi construindo este roteiro, anotando o que a família comeria no café da manhã, onde passeiariam, o que fariam à noite e etc.

Achei genial, pois no lugar de escolher um presente que, muitas vezes os pais não têm  condições de comprar e alimentar este capitalismo quase selvagem em que vivemos, esta família encontrou uma forma muito mais saudável e significativa de viver uma data comemorativa.

Acredito que a escola tem que ir por este viés. Por que no lugar de solicitar 5, 10, 15 reais para construir o presente do papai e da mamãe, não propor um piquenique coletivo das famílias? Propiciando, assim, que a comunidade escolar se conheça e conviva de forma saudável.

Acho que a escola deve repensar seu papel enquanto reprodutora e incentivadora do consumismo quando, na verdade. deve combatê-lo.

O que me define?

Devido a uma série de razões (pessoais e até mesmo profissionais), resolvi voltar a fazer terapia. Já fiz terapia há um tempo atrás e eu gostava muito. Me fazia muito bem, me ajudava a me conhecer, me reinventar. Por motivos financeiros, parei de fazer terapia.

Porém, me organizei este ano resolvi voltar a terapia, até mesmo porque meu médico psiquiatra disse que seria muito bom.

Enquanto não começo a terapia, converso bastante com meu médico. Uma das primeiras coisas que ele me perguntou é qual era o meu hobby. O que eu fazia no meu tempo livre. Por incrível que pareça, eu tive muita dificuldade em responder esta pergunta. Disse a ele que tinha uma vida social, que saia com meus amigos, que visitava a minha família, ...

Porém ele não ficou satisfeito com estas respostas e complementou a pergunta: o que te define?
Neste momento percebi o quanto a minha profissão me define. Em pelo menos 80% do meu tempo "livre" (tempo em que não estou na escola) eu estou planejando aulas, corrigindo trabalhos ou fazendo os trabalhos do PEAD.

O médico me alertou de que eu precisava de um tempo meu, pra mim. Então comecei a refletir sobre o PEAD, o porquê de eu estar fazendo o PEAD. Já tenho uma graduação, ao concluir o PEAD, nada mudará no meu salário, pois ainda terei somente o nível superior (e não serei pós graduada, ainda). Então por que dedico o pouco tempo livre que tenho ao PEAD? Será que não seria melhor largar o PEAD e me dedicar a uma pós graduação que aumentaria meu salário? Ou largar o PEAD para me dedicar a um hobby, a um tempo "para mim", como recomendou o médico? 

Estou sempre com as atividades e postagens do BLOG atrasadas. Será que prosseguir com o PEAD ainda é válido?

Depois de refletir um pouco, conclui que faço o PEAD porque gosto. Gosto de estudar, gosto das leituras e reflexões que o curso me proporciona. Muitas vezes estou atrasada com trabalhos justamente por isso, pois vou levando o PEAD como meu hobby, como algo que eu gosto de fazer. Isso não quer dizer que não levo a sério, mas eu gosto tanto que acabo levando de uma forma mais minha, mais light.

Então, respondendo ao médico, o que me define? O ensino, a educação, a docência. Até em meus hobbys, meus momentos de tempo "livre" sou professora e estudo educação pois é o que eu gosto, é o que sou e é, com certeza, o que me define.

Gestão? Que gestão escolar???

No ano de 2016 eu comecei a trabalhar em uma determinada escola. Desde o primeiro dia, eu percebia que havia algumas coisas erradas nesta escola. Porém, como era início do ano e eu era nova ali, eu acabava relevando, como dizem popularmente "empurrando com a barriga".

O ano de 2016 foi bastante conturbado, com paralisações e greves e eu acabava justificando as coisas erradas que eu percebia por isso, pelas dificuldades que a escola enfrentara durante o ano letivo.

Porém, depois de muitas reflexões, muitas destas reflexões que foram geradas devido ao curso do PEAD, eu percebi que as coisas erradas que haviam na escola não tinham nenhuma justificativa, ou pelo menos não tinham as justificativas que eu pensava que tinha.

Principalmente no que tange a gestão da escola. Toda vez que eu tinha que fazer uma reflexão sobre a gestão da escola, sobre o PPP, sobre o regimento, isso era sofrível para mim. Simplesmente porque não havia nada disso na escola.

Por muitas vezes (muitas mesmo) a direção da escola não comparecia na escola. Isso mesmo. Por muitas (várias) vezes, na escola havia somente os alunos e professores, pois a direção não se fazia presente. Muita falta de professores, os alunos saindo mais cedo todos os dias devido a falta de professores. A escola sem merenda, sem monitores, sem serviço de portaria...

O regimento que stava sendo elaborado há mais de anos e nunca ficava pronto.

O PPP que tratava-se de um documento pobre e descompromissado.

A depredação dos espaços da escola, tais como sala de vídeo, biblioteca, pátio, salas, ...

O descompromisso dos funcionários...

Eu, teimosa (ariana) que sou, continuei na esperança de tudo melhorar. Porém, a cada dia as coisas só pioravam. E quando percebi que eu tinha dificuldades de fazer os trabalhos de gestão da escola porque a mesma não tinha gestão, parecia estar totalmente a deriva... Resolvi mudar.

Troquei de escola. Uma nova escola em um novo lugar. Me sinto um pouco "derrotada" por ter abandonado a escola que trabalhava, porém me convenci que ela tem problemas os quais não dependem de mim para serem resolvidos. E o pior: os problemas que ela tem estavam afetando a minha vida profissional, acadêmica e até mesmo a minha saúde mental.



sábado, 1 de julho de 2017

Eu professora, eu aluna...

Muitas vezes quando olho meus alunos, acabo lembrando de mim mesma na idade deles: tão jovens, tão abandonados pelas políticas públicas deste país, oriundos de lares desestruturados, cada um com uma dor, uma angústia tão suas e muitas vezes a escola é o único lugar que pode lhes acolher, lhes ouvir.

Como era a minha primeira aula na turma de primeiro ano do Ensino Médio da nova escola para qual leciono os conteúdos de História e Geografia, não estava com uma aula planejada pois não sabia quais conteúdos eles já haviam estudado. Diante disso, comecei a sondar os conteúdos que já estudaram neste ano e fazer uma pequena revisão. 

Feito isso, ainda estava sobrando tempo de aula. Comecei uma conversa informal, tentando conhecer um pouco daquela turma e estabelecer vínculos. Perguntei-lhes quem já havia ido em algum museu. Algumas mãos se levantaram. Perguntei quem havia levado eles ao museu. A maioria daqueles que haviam levantado a mão responderam: a escola.

Então perguntaram: "existe mais algum museu em POA além do da PUC?"

Naquele momento voltei uns 20 anos no tempo e me vi sentada numa sala de aula bastante depredada num dia quente de verão em que o único ventilador da sala girava lentamente sem conseguir dar conta de refrescar aquele ambiente. Na minha frente havia um professor cheio de boa vontade, se esforçando ao máximo para cativar aquela turma tão cheia, lotada de pré adolescentes cheios de energia, com calor e que se distraiam com facilidade. Lembro que aquele professor me levou a um museu. E que se não fosse aquele professor, eu nunca teria ido a um museu, minha família nunca teria me levado e, sozinha, eu nunca descobriria a importância e a maravilha de frequentar um museu.

Respondi, então, ao questionamento da minha aluna, que haviam muitos museus em POA e que eram abertos para visitação ao público gratuitamente. Falei do Santander Cultural, do MARGS, do Memorial do RS, da Casa de Cultura Mário Quintana, do Museu do Trabalho, do Museu José Joaquim Felizardo e tantos outros existentes em POA e que são públicos ou de visitação gratuita e que podem e devem ser aproveitados pela população.

Acredito que uma das funções da escola é esta, a de mostrar o novo, o diferente,aquilo que os jovens não tem, acesso ou não sabem que tem acesso. E quando lembro daquele professor que me ensinou o caminho dos museus e a importância da História, da cultura e da arte, lembro o quanto isso foi importante na minha formação. Quer, e devo, fazer o mesmo que este professor fez por mim aos meus alunos.