terça-feira, 2 de maio de 2017

Aulas de História no E.M.: um novo desafio

Minha formação é nível médio com habilitação Magistério (Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental) e graduação em Licenciatura Plena em História. Porém sempre atuei com os "pequenos" (educação infantil e anos iniciais). Justamente por isso optei por fazer esta nova licenciatura em Pedagogia, para me especializar mais na área em que atuo desde sempre.

Porém este ano surgiu a oportunidade de lecionar História para o Ensino Médio e uma turma de sétimo ano do fundamental. A princípio tentei de todas as formas "fugir" dos maiores. Não por medo de dar aula para o ensino médio, mas por estar mais focada nos anos iniciais do E.F. Contudo, não consegui uma turma de CAT na minha escola e tive que aceitar o desafio.

Não achei difícil, como costumo dizer sempre, o curso de Magistério te ensina a dar aula "até debaixo da água", então até então está indo tudo bem, apesar de considerar a minha escola muito desorganizada e descomprometida, o que acaba refletindo no meu trabalho de forma negativa.  Porém, venho me esforçando e tentando fazer o meu melhor. O curso de PEAD tem me ajudado bastante.

Ao entrar na sala de aula, munida apenas de livros didáticos de qualidade duvidosa e três canetas de quadro branco, diante daqueles jovens tão desinteressados nos estudos, trancados naquela sala de aula com poucas lâmpadas funcionando, uma porta que não fecha, sem cortinas e com mesas pichadas penso: de que maneira vou convencê-los da importância que é estudar. Ainda mais o conteúdo de História que é visto sempre como menos importante que Português e Matemática e é menos divertido que Educação Física.

Não estou escrevendo esta postagem para dizer que descobri qual é a receita mágica que desperta a atenção dos alunos, simplesmente porque ainda não descobri qual é esta receita. Diante de uma realidade escolar tão difícil, para mim cada dia tem sido um desafio e qualquer 10 minutos que consigo de atenção da turma é um desafio.

Há alguns dias, parei todo o conteúdo para conversar com a turma. Não queria que minha fala soasse com um sermão (tomara que não tenha soado assim), mas salientei que nos dias atuais, diante do sucateamento da educação, da desvalorização do professor, da falta de atenção e políticas públicas para a juventude, que é tratada pelo governo apenas como futura mão de obra, o maior ato de rebeldia que um jovem pode ter é estudar. Pois é justamente isso que os governantes não querem que a juventude faça: estudar.

Diante da minha fala, pude perceber uns 3 ou 4 pares de olhos que se encheram de brilho dentro de uma turma de quase trinta alunos. É por estes 3 ou 4 pares de olhos e pela esperança que os outros também se encham de esperança que eu ainda persisto, ainda luto, ainda tento dar o melhor de mim dentro de sala de aula, apesar de todas as adversidades.

4 comentários:

  1. Olá Núbia,
    Bom texto, sucesso neste novo desafio.
    Att,
    Tutora Rocheli

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  2. Núbia, fico muito feliz e orgulhosa contigo professora de História. Acho importante essa paixão por ser professora, por aprender todo o dia como ensinar. Acho também que História dá muito embasamento para nossa atuação de professora, em todas as áreas e, claro, no ensino de história. Mais professoras assim!
    Parabéns pelo blog, muito bonito. Expressa a PROFESSORA que és. Beijo. Cida

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    1. Obrigada, Cida. Tuas palavras são sempre muito importantes para mim. Bjo.

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