domingo, 24 de abril de 2016

Não sejamos Professoras Helenas!!!

No meu primeiro ano do curso de Magistério, em uma das disciplinas (a qual agora eu não lembro qual) foi nos solicitado que lêssemos o livro "Ofício de Mestre" de Miguel Arroyo. Foi a leitura deste livro, juntamente com o "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire que me fizeram amar a docência. Através da leitura destas duas obras pude perceber que a educação é uma das formas mais eficientes de transformação da sociedade. Fiquei maravilhada com as leituras destas obras, que destacam a importância fundamental que um professor crítico e consciente de seu papel pode ter na construção de uma sociedade mais justa, humana e igualitária.

Porém, fico extremamente chateada ao perceber que nem todas as minhas colegas pensam desta forma. Alienadas sobre política e economia, ou simplesmente desanimadas com as perspectivas de futuro da nossa sociedade, escondem-se atrás do perfil de "Professorinha Helena". Limitam a sua prática pedagógica à sala de aula, não participam dos sindicatos, dos movimentos sociais, etc. por acreditarem que seu dever é somente ensinar a ler, escrever e as quatro operações básicas.



No capítulo do livro de Miguel Arroyo ele fala sobre a imagem do professor"

"Os olhares sobre as professoras e os professores de educação primária e fundamental têm destacado por décadas as mesmas imagens: tradicionais, despreparados, desmotivados, ineficientes... e por aí vai. (...) As análises mais progressistas, até de lideranças, ás vezes destacam outras tonalidades nesse velho e desfigurado quadro: despolitizados, alienados, sem consciência de classe, sem compromisso político, desmobilizados. (...)" ARROYO, Miguel. Ofício de Mestre. p. 203

Vejo muito esta imagem de professor entre os/as colegas que convivi e ainda convivo. Um professor sem consciência social e política, a meu ver, é um meio professor. Não pode se considerar um professor completo. Um professor que se abstém das lutas de sua categoria ou que ignora a política, não está fazendo seu trabalho de forma efetiva.

Deixemos de ser "Professorinhas Helenas", com uma imagem meiga e dócil e passemos a ser professores e professoras conscientes de seu papel transformador para a sociedade!


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