domingo, 25 de dezembro de 2016

Os tempos da Escola e a buricracia escolar

Já é fato sabido que a estrutura escolar atual não é condizente com a realidade, haja vista que a escola ainda está estruturada da mesma forma, salvo pequenas mudanças, desde o século XIX.

Os alunos ainda sentam em classes, na maioria das vezes enfileiradas, o professor ainda está à frente dos alunos usando, na maioria das vezes, a explanação oral para ensinar e etc.Ainda há pouco uso de recursos tecnológicos, apesar de estes estarem cada vez mais em voga entre os alunos.

Porém, além da estrutura física da escola não ser mais condizente com a realidade, os tempos da escola também demonstram estar em dissonância com as necessidades de alunos e professores.

Ao ler o texto Questões sobre o tempo no espaço escolar de Cristiane Oliveira, a questão da inadequação do tempo escolar, tanto para alunos como para professores, fica evidente.

As divisões do tempo na escola são extremamente rígidas: o ano letivo, o horário do recreio, da entrada, da saída, do planejamento do professor e etc., salvo raras exceções, são fixos e imutáveis. Qualquer alteração requer uma série de burocracias. (Aliás, a escola é campeã em ter burocracias).

Esta rigidez do tempo está totalmente em discordância com o processo de aprendizagem. Sabemos que cada aluno tem um tempo específico para aprender, pois são múltiplas as formas de aprender. Sabemos que a tarefa de planejamento de um professor é algo extremamente sutil e que não pode ser racionalizada em um espaço de tempo delimitado entre dois sinais sonoros.

Porém, como referido anteriormente, a escola está sempre à mercê da burocracia. Das papeladas, dos horários, dos calendários, ... E é muito difícil que algo seja alterado sem prévio aviso (com muita antecedência) e com uma boa justificativa.

É preciso trazer para dentro das escolas e, principalmente, das secretarias de educação, o debate sobre as reais necessidades de tempo da escola que vão muito além de papéis, calendários e cronogramas.


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