domingo, 5 de agosto de 2018

Minha experiência de EJA

Já tive uma breve experiência na Educação de Jovens e Adultos durante um dos estágios da minha graduação na licenciatura do curso de História na PUCRS. Lembro que não foi uma experiência fácil.

Era uma turma de anos finais do Ensino Fundamental e lembro claramente que estava literalmente dividida em duas partes: na parte mais a frente da sala, alunos mais velhos (com média de idade de 40/50 anos) e ao fundo jovens e adolescentes (com média de idade de 16 a 20 anos).

O grupo formado por alunos mais velhos demonstrava bastante interesse na aula, enquanto os mais jovens conversavam mais e faziam piadas e brincadeiras com claro intuito de constranger os professores estagiários. Eu, com mais experiência em sala de aula do que meus colegas de faculdade, conseguia contornar aquelas situações. Mas não era fácil.

Durante a aula era corriqueiro que algum aluno dos grupo formado pelos alunos mais velho se virasse para trás e repreendesse algum aluno do grupo formados pelos alunos mais jovens. Algumas vezes estes momentos tornavam-se discussões acaloradas e era necessário que eu interviesse para "acalmar" os ânimos.

Atualmente leciono para os anos iniciais do Ensino Fundamental, porem ano passado lecionei para o Ensino Médio (minha escola não tem EJA). Porem pude perceber outra coisa em relação ao EJA nesta minha experiência no Ensino Médio.

Era fala comum quando alguém reclamava de algum aluno "difícil" dizer que "se ele rodar este ano, mandamos ele para a EJA e ele sai da nossa escola.

Ou seja, a Educação de Jovens e Adultos também tornou-se o lugar onde "mandamos" os alunos difíceis e desinteressados.

Ao relatar este fato, não estou condenando ninguém que tenha pensado ou falado isso porque, realmente, existem alguns alunos no Ensino Médio os quais não sabemos o que fazer e, num momento de desespero, estas frases e pensamentos podem acontecer sim.

Porém também penso e me angustio ao pensar: "o que será da EJA???"

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